Discutir estratégias de educação acerca das relações étnico-raciais e de gênero na rede estadual de ensino e disseminar a cultura dos Direitos Humanos para os alunos da escola pública. Com essa proposta, a Procuradoria-Geral de Justiça, em parceria com a Secretaria de Estado da Educação (Seed) e Secretaria da Educação de Aracaju, promoveu o Seminário “Equidade étnico-racial: avanços e desafios”.
O evento, destinado a professores da rede pública de ensino e a membros e servidores do Ministério Público do Estado de Sergipe (MPSE), foi realizado por meio da Escola Superior e da Coordenadoria de Promoção da Igualdade Étnico-Racial (COPIER/MPSE), e lotou o auditório da sede da instituição, em Aracaju.
O procurador-geral de Justiça Eduardo Barreto d’Avila Fontes fez a abertura do evento, deu as boas vindas a todos e falou da importância das parcerias com outros órgãos do Estado para discutir temas de extrema relevância, a exemplo da igualdade étnico-racial.
“Agradeço ao PGJ Eduardo d’Avila e ao antecessor Rony Almeida por todo apoio à COPIER, na estruturação de um espaço para atender as demandas de combate ao racismo, à intolerância religiosa, ao cumprimento da Lei 10.639 (que estabelece a obrigatoriedade do ensino de “história e Cultura Afro-Brasileira” dentro das disciplinas que já fazem parte das grades curriculares dos ensinos fundamental e médio) e da Lei 11.645 (para incluir no currículo oficial da rede de ensino a obrigatoriedade da temática “História e Cultura Afro-Brasileira e Indígena”). O racismo, infelizmente, é uma realidade do Brasil. Precisamos refletir sobre o que temos feito ao nosso semelhante. Estamos no século XXI, com tanta tecnologia da informação, com tantas religiões e manifestações, e as pessoas estão esquecendo do amor. Quem ama respeita a religiosidade do outro, é isso que precisamos plantar no seio da sociedade”, frisou o promotor de Justiça e coordenador da COPIER, Luís Fausto Valois.
Logo após a abertura, o Grupo “Um Quê de Negritude”, formado por alunos do Centro de Excelência Atheneu Sergipense, apresentou um curto espetáculo de dança sobre a cultura afro-brasileira e religiosidade.
Seguindo a programação, as professoras Adriane Damacena (técnica pedagógica da Seed) e Maíra Nascimento (da Secretaria da Educação de Aracaju) apresentaram ações desenvolvidas nas escolas sobre a temática. E a coordenadora pedagógica da Escola Municipal de Ensino Fundamental Oviêdo Teixeira (Bairro Olaria), Sandra Leite, apresentou as experiências exitosas do “Projeto Negritude”. “O objetivo do Projeto é fazer com que os alunos percebam a cultura afro-brasileira como parte da nossa história. Que eles possam ter orgulho de se sentir negros e a ferramenta usada para isso é através do conhecimento sobre a arte, dança, história e cultura”, destacou a coordenadora.
A palestra da manhã ficou por conta do professor mestre em História da Universidade Federal de Alagoas, Zezito Araújo. Ele falou sobre a formação histórica e social do Brasil a partir do referencial da desigualdade que tem como marca, em um primeiro momento, a origem étnica e, num segundo momento, o racismo. “A única coisa que temos em comum são as nossas diferenças. O professor deve ter a compreensão de que o racismo é um elemento que provoca todo tipo de desigualdade, tanto social quanto educacional”, destacou.
Ainda durante o Seminário, a diretora do Serviço de Educação em Direitos Humanos (SEDH/DED/Seed), professora Josevanda Franco, apresentou o “Manual de Orientação de Elaboração de Projetos de Promoção da Equidade”, um documento que busca instigar os professores a perceber as potencialidades que a escola tem para tratar das relações étnico-raciais.
Com informações da Seed
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Fotos: Celene Moraes